O IndieLisboa está de volta
22-04-2010 19:53O cinema independente está aí, pronto para conquistar Lisboa. Começa hoje a 7ª edição do IndieLisboa.
Dizer que o festival tem crescido não é lugar comum. É apenas constatar o óbvio, até porque este ano o IndieLisboa apresenta uma das programações mais fortes da sua história. E não será por acaso, já que a organização decidiu fazer uma aposta algo diferente, concentrando obras que fizeram parte de selecções (e que se fizeram notar) em festivais emblemáticos como Cannes, Veneza e Berlim. Mas vamos por partes.
Ainda se lembram de Bad Lieutenant, de Abel Ferrara? Pois bem, o alemão Werner Herzog (homenageado o ano passado como "Herói Independente”) pegou no filme de 1992, trouxe Nicolas Cage para o elenco, e dá-nos The Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans. Mas há mais. Bong Joon-Ho deu-nos The Host em 2006, blockbuster sul-coreano que marcou presença no Fantasporto. O seu mais recente filme, Mother, também vai estar no IndieLisboa. Tal como Johnnie To e o seu Vengeance, vindo de Hong Kong, com passagem por Cannes.
Outro grande destaque será Lebanon, de Samuel Maoz. É a guerra vista através de um tanque, num filme que conquistou o Urso de Ouro no festival de Veneza. E entre a comédia e o drama há ainda Greenberg, de Noah Baumbach, filme que esteve na selecção oficial de Berlim e que abre o IndieLisboa. Curiosamente, o festival de Berlim vai ter direito a secção própria, "Fórum", que comemora os 40 anos do festival. E será ainda homenageado como “Herói Independente”, a par da cineasta holandesa Heddy Honigmann, uma das mais importantes documentaristas da actualidade.
Recorde-se que no primeiro ano do IndieLisboa, o "Herói Independente" foi outro festival, o de Sundance, uma das inspirações que esteve por trás do IndieLisboa. De entre os vários homenageados desde 2004, destacamos o português Edgar Pêra, homenageado em 2006, num ano em que também conquistou o prémio de melhor filme português, com Movimentos Perpétuos, um trabalho suportado pela música do excepcional guitarrista Carlos Paredes, que mostra também a diversidade técnica do realizador, capaz de trabalhar em super 8, 16mm e 35mm.
E já que estamos a falar sobre portugueses, importa ainda dizer que este ano o cinema independente nacional vai ter um peso maior do que nunca. Ao todo serão 40 obras nacionais presentes, com 19 filmes a integrar a competição oficial.
É cinema independente e é uma oportunidade de ver, debater e pensar sobre cinema. Este ano são 9 secções, num total de 274 obras, assim divididas: 134 de ficção, 70 documentários, 33 animações e 37 filmes experimentais.
O festival decorre até ao próximo dia 2 de Maio. As sessões de cinema vão dividir-se entre a Culturgest, Cinema City Alvalade, Cinema Londres e Cinema São Jorge. Greenberg será exibido às 19h na Culturgest. A cerimónia oficial de abertura fica por conta de João Canijo e do seu documentário Fantasia Lusitana.
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