Dennis Hopper morreu
31-05-2010 21:20Realizador, coleccionador de arte, fotógrafo, artista plástico, poeta… e actor. Ao longo de cinco décadas de carreira, Dennis Hopper fez de tudo. Mas o seu nome ficará na história pela sua carreira na representação.
Depois de ter estudado no célebre Actor’s Studio, Hopper estreou-se na representação na televisão, ainda nos anos 50. Mas um contrato assinado com a Warner levou-o para o grande ecrã, num papel secundário ao lado de James Dean, em Rebel Without a Cause (em português, Fúria de Viver), de Nicholas Ray.
Começou aí uma relação de amizade com o icónico James Dean. E começou também uma carreira que nas décadas seguintes levou Dennis Hopper a sucessos, insucessos e um saudado regresso ao topo.
Em 1958, um conflito com o veterano realizador Henry Hathaway nas filmagens de From Hell to Texas, levou-o a ser ostracizado pelos grandes estúdios. Hopper voltou então à fotografia como actividade principal, conseguindo ainda assim papéis na televisão e no cinema. Em 1969, estreia-se na realização com Easy Rider, filme que também protagonizou ao lado de Peter Fonda e Jack Nicholson. As duas nomeações aos Óscares que Easy Rider conseguiu trouxeram de volta Hopper à ribalta.
No entanto, os vícios do actor, o seu espírito rebelde, e o falhanço do seu segundo filme, The Last Movie (1971), voltaram a prejudicá-lo em Hollywood. Depois de uma década de 70 difícil (onde apesar de tudo ainda teve oportunidade de interpretar um alucinado foto-jornalista em Apocalypse Now, de Coppola), o actor conseguiu voltar a mostrar todo o seu potencial, depois de insistir com o emergente David Lynch para que o deixasse interpretar o complexo Frank Booth, em Veludo Azul (1986). No mesmo ano, conseguiu ainda a primeira nomeação aos Óscares enquanto actor, pelo seu papel secundário em Hoosiers.
Nas duas décadas seguintes, Hopper manteve em Hollywood a consistência que noutros tempos lhe faltou. E depois de ter deixado a sua marca fora dos grandes estúdios, Hopper ainda foi a tempo de papéis em blockbusters, como foi o caso de Speed (1994), onde interpretou o vilão Howard Payne. Casado por cinco vezes, a sua vida amorosa foi pautada por altos e baixos, um pouco à imagem da sua carreira.
A 26 de Março deste ano, já depois de ter sido diagnosticado com cancro na próstata, o actor surgiu publicamente pela última vez, aquando da colocação da sua estrela no Passeio das Estrelas, em Hollywood. Depois de uma dura luta contra a doença, o actor morreu este Sábado, na sua casa, em Venice, na Califórnia, aos 74 anos.
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