A arte das mulheres

A arte não escolhe sexo nem idades… mas desta vez é diferente! O Museu Colecção Berardo abre as portas a uma inovadora mostra artística, a arte feita por mulheres. A exposição contem trabalhos exclusivamente feitos e pensado por mulheres, uma produção que abrange uma época, que vai desde o início do século XX até aos dias de hoje.

Este é um projecto pioneiro no nosso país. Os comissários desta apresentação feminina, Ana Rito e Hugo Barata, respondem, ao Diário de Notícias, "uma temática nunca antes explorada em Portugal, mas que a nível internacional está a ressurgir", diz Ana Rito. Mas, como refere Hugo Barata, "mais do que o debate de género, que já está ultrapassado, o que se pretende aqui é perceber como as práticas de algumas destas autoras abriram caminhos novos e interessantes para a arte contemporânea".

Com artistas de diferentes gerações e origens - Portugal, Espanha, Brasil, EUA, Finlândia, Suíça, França, Irão e Cuba - que se expressam de formas diametralmente opostas e representam pontos de vista teóricos e críticos diferentes.

Numa sucessão de divisões concebidas de forma a recriar a ideia de casa, a mostra explora o espaço intimista do piso -1 do museu e abrange diversas expressões de arte - pintura, escultura, fotografia, desenho, filme, vídeo, performance e dança contemporânea - contando com trabalhos de nomes como Cindy Sherman, Louise Bourgeois, Nan Goldin, Francesca Woodman, Ana Mendieta e Paula Rego.

"Um dos momentos fortes da exposição é a recriação da instalação do registo de vídeo da peça Olympia, de 1993, da coreógrafa portuguesa Vera Mantero, tal como está no Museu d'Orsay em Paris: sobre uma parede vermelha, dentro de uma moldura dourada", destaca Ana Rito.

Aqui há espaço para nomes consagrados, mas traz para a “ribalta” trabalhos de artistas portuguesas menos conhecidas até 31 de Janeiro.